domingo, 5 de julho de 2015

Atualizações sobre a plana tóxica tingui



Planta Tingui: Foto, (Melo, 2015).

Planta Tingui: Foto, (Melo, 2015).

Planta Tingui: Foto, (Melo, 2015).

Planta Tingui com flores: Foto, (Melo, 2015).

Planta Tingui com flores: Foto, (Melo, 2015).

Planta Tingui com frutos: Foto, (Melo, 2015).

Planta Tingui com frutos: Foto, (Melo, 2015).

Frutos do Tingui: Foto, (Melo, 2015).

Diferenciação de Tingui e Tindi, a segunda cheira: Foto, (Melo, 2015).

Na produção pecuária do Brasil a ingestão de plantas tóxicas é uma das causas mais importantes em causar perdas econômicas. O gado criado no pasto fica exposto as mais diversas plantas tóxicas existentes, ou ainda há o risco na contaminação acidental do alimento oferecido no coxo. Portanto, se faz necessário o conhecimento desses vegetais de acordo com as regiões que tenham um efeito nocivo para se prevenir de óbitos e outros prejuízos decorrentes.
Uma das principais é o Tingui, que se distribui em vários estados brasileiros, especialmente nos estados do Nordeste e Minas Gerais. É apontada como uma planta que causa intoxicação aguda em que a morte é antecedida apenas por um curto período de sinais clínicos e, muitas das vezes, não manifesta sinais anteriores.    .
Nomes Populares:
De acordo com a região, tingui, quebra-bucho” na Bahia, “salsa-rosa”, “rama-amarela” em Minas Gerais, e “suma-branca” e “suma-roxa” no Espírito Santo.
Nome científico
O Tingui é uma planta da família Malpighiceae designadas anteriormente como Mascagnia foram reclassificadas dentro do gênero Amorimia. Dentre as espécies tóxicas de Amorimia no Brasil encontram-se Amorimia amazonica, Amorimia exotropica, Amorimia pubiflora, Amorimia rigida, Amorimia septentrionalis, Amorimia sp. (complexo Mascagnia rigida; Mascagnia aff. rigida) e uma planta identificada como Mascagnia sepium, que provavelmente se trate de Amorimia amazonica (Duarte, 2012).
Em todas as espécies verificadas foi identificado como princípio ativo o monofluoracetato, composto este que de forma concentrada é utilizado como raticida, o famigerado 1080.
Sinais clínicos
Geralmente os sinais clínicos dos animais intoxicados são potencializados quando estes são expostos à exercícios físicos. Em bovinos, os principais sinais são:
Instabilidade;
Tremores musculares;
Movimentos de pedalagem;
Opistótomo;
Vocalização;
Respiração irregular;
Taquicardia e arritmia;
Veias jugulares ingurgitadas e pulsantes;
Dificuldade em se levantar;
Descoordenação motora;
Animais caídos em decúbito-esterno-abdominal ou em decúbito lateral;
Recuperação ou morte em minutos ou horas.

De acordo com a Lei nº 8.137/90 com o disposto no art. 7°, II, VII e IX, os animais mortos não podem ser utilizados para alimentação. Pois, a oferta de alimentos inadequados para o consumo humano é crime contra as relações de consumo.

Prognóstico

Mal a reservado

Patogenia e achados de necropsia
O MFA inibe competitivamente a citrato acotnitase, resultando no bloqueio do ciclo de Krebs e redução da produção de ATP, causando insuficiência cardíaca bem como lesões nos rins.
Alterações histológicas de degeneração do músculo cardíaco e de túbulos renais.
Tratamento
Limpeza constante do local onde tem estas plantas, pois elas rebrotam em torno de quinze dias, porém é difícil. Deve-se ainda marcar áreas mais infestadas;
Evitar movimentar animais intoxicados, deixando-os de 8 a 14 dias de repouso e, quando o fizer, da forma e nos horários mais tranquilos possíveis e de forma mais espontânea para o animal;
Está em estudo a inoculação intrarruminal de bactérias aeróbicas Ancylobacter dichloromethanicus e Pigmentiphaga kullaem, pois estas degradam o monofluoroacetato de sódio (MFA), porém se faz necessário o aprofundamento das pesquisas;
A administração de doses não tóxicas da planta para induzir resistência ao princípio ativo;
Fornecimento de água à vontade;


Referencias bibliográficas.

Duarte, Amélia Lizziane Leite. Intoxicações por Amorimia spp. E Callaeum psilophyllum em ruminantes / Amélia Lizziane Leite Duarte - Patos: CSTR/PPGMV, 2012.

Pessoa D.A.N., Silva L.C.A., Lopes J.R.G., Macêdo M.M.S., Garino Jr F., Azevedo S.S. & Riet-Correa F. Resistência à intoxicação por Amorimia septentrionalis em caprinos, induzida pela inoculação ruminal das bactérias Pigmentiphaga kullae e Ancylobacter dichloromethanicus. Pesq. Vet. Bras. 35(2):125-128, fevereiro 2015.

Tokarnia, C.H.; Dobereiner, J.; Peixoto, P.V. Plantas tóxicas do Brasil. Ed. Helianthus, Rio de Janeiro, 320p. 2000.

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