A atual conjuntura necessita que os
intelectuais de diversos segmentos, professores e alunos que valorizam a liberdade
de expressão acadêmica tomem uma atitude coletiva e unificada de forma
eficiente em pautar uma reflexão com o povo brasileiro, impedindo assim
qualquer restrição ao pensamento formador de ideias e, ou reflexões da
sociedade.
É por demais justo
e certo. Pois, o povo deve saber que este país é feito de golpes e trapaças ao
longo de sua história. E graças à mídia golpista, aos juízes partidários e aos
parlamentares egoístas que negociam seus votos por dinheiro, sofremos um duro golpe
em nossa democracia, com a retirada da Presidenta Dilma Rousseff e a posse de
Michel Temer, juntamente com o candidato derrotado nas urnas, Aécio Neves na
sua base de apoio.
Inclusive
porque as universidades foram umas das principais vítimas de tal investida
sendo retirado destas um volume significativo de recursos, bem como a
inviabilização de alguns cursos, como o Curso de História, com a modificação
desnecessária e vertical do currículo escolar com a denominada reforma do
ensino feita sem nenhuma discussão significativa com a sociedade, retirando a
obrigatoriedade de tal disciplina.
A cadeira Tópicos
Especiais em Ciência Política 4: O golpe de 2016 e o futuro da democracia no
Brasil, ofertada pelo professor Luís Felipe Miguel, está lotada e
já tem lista de espera. De acordo com o sistema da Universidade de
Brasília (UnB), 40 estudantes aguardam desistência para cursar a matéria. O semestre
letivo começará no dia 5 de março.
De acordo com
a ementa, ao longo do curso, os estudantes entenderão “os elementos de
fragilidade do sistema político brasileiro que permitiram a ruptura democrática
de maio e agosto de 2016, com a deposição da presidente Dilma Rousseff (PT)”.
Além disso, a matéria pretende analisar o governo presidido por Michel Temer
(MDB/SP) e “investigar o que sua agenda de retrocesso nos direitos e restrição
às liberdades diz sobre a relação entre as desigualdades sociais e o sistema
político no Brasil”.
A proposta da
disciplina provocou grande turbulência no meio político. O Ministério da
Educação (MEC) pediu desnecessariamente que o Ministério Público Federal investigue a matéria. A pasta
do ministro golpista também encaminhou a mesma solicitação à
Advocacia-Geral da União (AGU), ao Tribunal de Contas da União (TCU) e à
Controladoria-Geral da União (CGU). O objetivo, segundo o MEC, é apurar se
houve ou não improbidade administrativa. Porém, o que vemos aí é um total
cerceamento da liberdade e uma investida contra a autonomia da universidade, um
requisito básico para sua sobrevivência.