Desde a última audiência pública com o Ministério Público da Paraíba em julho de 2017 o vice-prefeito questionou se era cultura o que se manifestava no Café com Poeira.
No dia 10 de outubro, novamente a questão foi posta por 6 moradores do local. Em minha intervenção eu disse que ali não havia nenhum especialista em cultura para julgar o que ocorria no Café com Poeira.
Na verdade a elite é insolidária por natureza e se acha tão altiva que o conceito de cultura pode ser o emitido do por ela e nada mais subsiste. Tal como democracia, trabalho, direito e dever são conceitos que eles definem, acreditam e defendem, porque é assim que sobrevivem criando conceitos que só eles deixam encaixar.
Há uma moradora (D. Ana “a trabalhadora”) que faz todos os anos um enfeite de Natal, muito visitado pela comunidade, mas que é mera colonização cultural. Mostrando animais de um país de gelo, Papai Noel que não representa nada mais que uma fantasia de consumo e neve no Agreste e Brejo.
A trabalhadora que faz esses enfeites é formada em letras e se julga capaz de dizer o que é cultura expressa no Café com Poeira como algo que não é cultura. Uma colonizada, embora formada em letras, deve ter passado longe de Machado de Assis, em sua graduação, já que este sempre foi iconoclasta visionário. Ana “trabalhadora” lembrou-me o Alienista. O trabalho dignifica o homem...deve ser! E ninguém pode dizer que Eduardo Cunha não trabalhava! Pode!? O diabo trabalha!
O colégio da Luz que tem cadeira no Conselho Municipal de Cultura se coloca nessa condição porque todos os anos realizam um Alto de Natal e uma Paixão de Cristo com mega produção estrita a dois dias de evento. Isso para a elite da cidade é a cultura religiosa que professam crenças. Deve essas manifestações ser toleradas como cultura, embora seja uma mera colonização religiosa, sempre a mesma mensagem, sempre o mesmo ritual somente poucas vezes. Repetem-se valores e não se renovam comportamentos permanecendo conservadores. É como colocar o filho na escola para continuar analfabeto.
A Festa da Luz, religiosa, cedeu ao profano e hoje é um parque de loucuras e a Igreja faz seu recortado festivo alheio ao empreendimento que não presta contas de seus gastos e arrecadações. A cultura do roubo da cidadania, cultura da intransparência desses cidadãos se cala fininha. Calar é a cultura!
E não adianta dizer para tal trabalhadora ou “a” trabalhadora que cultura é algo que se mexe e feito para mexer com consciências, pois ao dizer que o som do Café com Poeira atrapalha ver novelas, obviamente, as da Rede Globo, prova sua ausência de conceito, sobrando preconceitos.
Incomoda de fato é que eles se sirvam de uma cultura que não altera as ordens de valores, assim, jovem que não frequenta sua Igreja é um ser que inexiste.
Esse tipo de cultura que conserva valores, que não questiona, que não coloca novos elementos chama-se fundamentalismo religioso.
Esse tipo de cultura que conserva valores, que não questiona, que não coloca novos elementos chama-se fundamentalismo religioso.
A cultura que essa gente preserva é da ausência de democracia.
A Promotora (não-doutora) Danielle Rocha, que se disse favorável à cultura foi estudiosa em seu parecer legal restritivo, senão seria expulsa de Guarabira, aliás, se ela fizer algo que preste será logo transferida pelos poderosos, tem um conceito de cultura que não é o jurídico, mas pessoal e isso atrapalha seu julgamento. Pobre Promotora criou um non-sense de restrições seletivas aplicáveis estritamente ao Café com Poeira, pois ela não estará em nenhum outro local onde se interpor desrespeito ao Código de Postura de Guarabira naquilo que disse o Café com Poeira ferir. Só o Café com Poeira fere a Lei! Contudo, lei que se restringe, seleciona, especifica acusado é qualquer coisa, menos Lei! Ou é para todos ou não se aplica a ninguém!
Veja o resultado brilhante da audiência; a praça terá sua ocupação com pessoas fazendo o que desejam independente da existência do Café com Poeira. Todos os problemas citados continuarão e a possibilidade de servir-se dos efeitos positivos do projeto cultural não estará lá. Vão dizer para o resto da vida que foi o Café com Poeira que trouxe isso para a praça, mas continuarão achando que a solução é a polícia.
A miséria humana se estabelece a pretexto de manter uma ordem local sem estabelecer qualquer garantia para a juventude e artistas da cidade, renova-se a máxima de Guarabira, “São bons para destruírem coisas democrática, mas péssimos para ampliar a cidadania!
O que esperar dessa elite!?
O que esperar dessa elite!?
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