domingo, 28 de abril de 2013
quarta-feira, 24 de abril de 2013
Pronto Socorro de Fraturas de Guarabira, a casa dos horrores e da celebração do sofrimento alheio.
Autor: Magal Melo
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Ao notar um pequeno problema na
clavícula de minha filha mais velha, fui, em busca de orientação médica para
sua resolução com aquele sentimento de responsabilidade de quem cuida de um
ente querido. E, sendo assim, fui debaixo do sol escaldante de Guarabira – PB,
para a referência em ortopedia de toda Região que abrange em torno de
quatorze municípios. O Pronto Socorro de Fraturas de Guarabira, hospital
privado conveniado pelo SUS e que atende traumatologia clínica e cirúrgica.
Ao chegar, por volta das 8 horas da
manhã, fui no andar de cima, estava lá uma recepcionista fardada, simpática e
educada e prontamente respondeu minhas indagações.
_ É aqui que atende o médico
ortopedista?
_ É aqui sim senhor. Quer
marcar a consulta?
Estranhei toda aquela solicitude. E
desconfiado, perguntei:
_ Sim, mas é pelo SUS?
No que instantaneamente ela falou,
e perdendo um pouco do humor e ficando um tanto mais séria.
_ É lá embaixo, senhor.
_ E eu, por toda via perguntei:
_ Mas quanto seria a consulta
particular?
Ela: _ 80 reais, e se precisar
de radiografia, mais 40.
E eu, fui lá embaixo. Lógico que
poderia pagar a consulta. Mas, reconheço os meus direitos e sempre tive
acesso a este tipo de serviço sem sofrer tanto, pois residia na região
metropolitana do Recife e lá as ofertas de serviço como este são mais simples
e abrangentes.
Pois, bem. Chegando lá embaixo, em
um ambiente que mais parecia uma garagem subterrânea, ao descer por uma rampa
longa e esquisita. Deparo-me em um porão sem ventilação adequada, assentos
formados por duas fileiras de duros bancos de madeira com a tinta desbotando e alguns parafusos
soltos. Algumas dezenas de pessoas com semblantes de dor e sofrimento
aguardando ser atendidas. Fui ao balcão.
_ Por favor, gostaria de marcar
uma consulta com o ortopedista.
O atendente: (Rispidamente) _ Só
com cartão do SUS.
Fui rapidamente tirar este
documento, visto que não era tão longe e ainda era cedo. Não consegui tirar o
mesmo, pois a secretaria de saúde do município estava sem internet. Lógico que
soltei impropérios e ironias para o pobre servidor sem culpa. Mas, este me
garantiu que a clínica teria obrigação de me atender, o que o fez, nas seguintes
condições que enunciarei doravante.
Durante a fila para preenchimento do
cadastro, verifiquei uma coisa estranha, as fichas dos usuários, que em plena
era da informática, ainda é de papel cartolina, estavam enroladas com faixas
de ataduras, cobertas de poeira, o que poderia ser proposital como uma
decoração temática. Mas, nota-se que é um apenas um detalhe de um serviço
desleixado e de péssima qualidade.
Por volta das 8:25 h, feita a ficha, seria
apenas aguardar. Uma das senhoras da fila falou: _ Ah meu filho, pode sentar,
se conseguir lugar, pois, o médico só chega lá pras onze horas.
E aguardamos, então. Depois de tirado o raio-x, depois de outra
fila desesperadora, entramos na fila do médico. Várias voltas nos ponteiros e
registros de uma série de dores e palavras de revolta dos usuários na espera.
Enfim, chegamos à fila do médico. E eis
a surpresa, ele é um talento revolucionário. Desenvolveu um sistema de anamnese
e de exame clínico super eficaz e ágil. Atendia de quatro em quatro
pacientes. Como se fosse uma operação espiritual coletiva. Entramos na sala,
o vi atendendo a queixa dos pacientes que estavam na nossa frente. Uma mulher
com uma dor crônica, ele olhou rapidamente, viu num relance a chapa e sem nem
olhar os olhos da coitada da mulher e nem tocar em seu joelho adoentado, foi
logo passando a receita de letras apressadas, um anti-inflamatório, talvez daqueles
potentes, que vai passar a dor, mais não vai resolver o problema. Chegou um
rapaz, possivelmente um cabelereiro, com uma dor no pé e uma cara de choro de
um sofrimento antigo, ele nem olhou novamente os olhos deste e escutou-o menos
que a mulher, e tome receita e despacho.
Na nossa vez, ele viu o exame, e
disse que a garota quebrou este osso e ficou assim. E eu, replicando disse ela nunca quebrou,
pois iria doer, ficar inchado... E eu, como bom amigo do Dr. Google, mostrei
pra ele em dois artigos científicos o que achava que era, Pseudoartrose
Congênita da Clavícula Direita, e ele, é eu acho que é isto mesmo e mandou
vir outro dia falar com um amigo dele. Despedimo-nos, agradeci e fui pra casa
mais confuso que cheguei.
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E ele, com sua voz de fome:
_ O próximo!
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sábado, 20 de abril de 2013
Professor da UFRPE participa do Encontro de Salvaguarda do Frevo
19 de abril de 2013
O evento é promovido pelo Comitê Gestor Provisório de Salvaguarda do Frevo, formado por representantes de várias instituições da sociedade civil. Além das mesas-redondas e apresentações artísticas, ocorrerá também a eleição para a direção do Comitê.
Fonte: http://www.ufrpe.br/noticia_ver.php?idConteudo=12337
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